A três semanas do fim das
atualizações no Windows XP, sistema operacional de computador, os maiores
bancos privados do Brasil se mobilizam para atualizar seus caixas eletrônicos,
que utilizam esse programa. A Microsoft encerrará mundialmente o suporte no
próximo dia 8. Sem o serviço, os equipamentos ficam vulneráveis a ataques de
hackers e vírus, expondo os consumidores a risco de fraudes, de acordo com consultores
ouvidos pela reportagem. "Mesmo que os consumidores sejam ressarcidos caso
sejam vítimas de fraude, terão uma bela dor de cabeça", diz Ricardo Alem,
gerente sênior da empresa de software Citrix. O Windows XP é o sistema mais
usado nos caixas do mundo, de acordo com a empresa de tecnologia bancária alemã
Wincor Nixdorf, segunda maior fornecedora global. No Brasil, que possui cerca
de 190 mil equipamentos, apenas o Banco do Brasil e a Caixa (ambos públicos),
entre os cinco maiores bancos, não usam o Windows -mas o Linux, que é um
sistema aberto, gratuito. Para Marcos Birocchi, especialista em softwares da
Wincor Nixdorf, os bancos têm de correr contra o tempo. "Cada caixa
precisa ser atualizado individualmente por uma equipe técnica. Não é possível
fazer o trabalho remotamente", afirma. O custo da operação é outro
problema. Segundo a Folha apurou, os bancos podem ter de desembolsar cerca de
R$ 200 pela atualização de cada caixa eletrônico, sem considerar o valor da
licença do Windows 7, por exemplo. O programa da Microsoft é a alternativa que
mais se adapta aos equipamentos, segundo consultores e bancos, e a que tem sido
procurada por algumas instituições brasileiras, como o Bradesco. Para um banco
como o Bradesco, com cerca de 34 mil caixas, a despesa seria de, no mínimo, R$
6,8 milhões. De acordo com técnicos em manutenção de caixas eletrônicos, há
ainda um valor adicional para fazer a chamada "sangria dos
equipamentos", ou seja, retirar o dinheiro da máquina para a alteração do
sistema. É que o processo de mudança exige a abertura do cofre, que precisa
estar vazio. No caso de um caixa eletrônico fora da agência, afirmam os
técnicos, a retirada do dinheiro precisa ser feita por carro-forte, um meio
caro de transporte de valores. O Santander informou que a atualização dos
caixas já está em andamento e que solicitou à Microsoft a prorrogação do
suporte ao Windows XP até que o trabalho se conclua. O Bradesco disse que está
em processo de implantação do Windows 7, mas não informou quando a operação
será concluída. E o Itaú Unibanco afirmou que está trabalhando na migração de
sistemas e que a segurança dos clientes não será comprometida.
Fonte: Folha SP
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