Pela segunda vez consecutiva,
economistas de instituições financeiras elevaram a perspectiva de inflação
neste ano, para 6,11%, ante 6,01% na semana anterior, segundo a pesquisa Focus,
divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira. É a projeção mais alta desde
janeiro de 2012, quando o mercado esperava que o Índice de Preços ao consumidor
Amplo (IPCA) de 2011 fechasse em 6,55% (o índice acabou encerrado em 6,5%, teto
da meta do governo). Há quatro emanas, analistas esperavam variação bem menor,
de 5,93%. O aumento da previsão para a alta de preços ocorre na semana em que o
IBGE divulga o IPCA-15 de março, considerada a prévia da inflação oficial. Em
fevereiro, o IPCA acelerou para 0,69%, puxado pelos reajustes das mensalidades
escolares. Nesta segunda-feira, o Índice Geral de Preços-10 (IGP-10), calculado
pela Fundação Getulio Vargas (FGV) acelerou para 1,29% em março, ante alta de
0,30% no mês passado, puxado pelo aumento dos preços no atacado. As previsões
para o comportamento do IPCA-15, que será divulgado nesta semana, não são
animadoras. O Itaú, por exemplo, espera uma alta de 0,76%. Isso elevaria a
inflação acumulada em 12 meses de 5,65% para 5,93%. A meta para o ano é de 4,5%
com uma margem de tolerância de 2 pontos percentuais. Para os economistas do
Itaú, os preços serão pressionados por aumentos de alimentos e bebidas frutos
de condições climáticas adversas. Além disso, transporte também terá impacto
negativo por causa de preços de passagens aéreas e combustíveis. A instituição
ainda cita outros riscos num comunicado enviado para os clientes. “Somando-se o
efeito das condições climáticas adversas nos preços dos alimentos, o mercado de
trabalho é mais apertado do que o esperado anteriormente e esperamos que a
moeda local para depreciar daqui para frente. Ambos os fatores criam pressão
sobre tendências da inflação. Temos a projeção de inflação para terminar este
ano em 6,2 % e 6,0% em 2015”. Já o Bradesco prevê aceleração para 0,80%,
"refletindo as altas de produtos alimentícios in natura e de passagens
aéreas", conforme informou o banco em comunicado. Selic e PIB Os
indicadores de inflação devem ser observados de perto pelo mercado, já na expectativa
da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), quando será
decidido o destino da taxa básica de juros. A expectativa da pesquisa Focus é
que o BC eleve a Selic em 0,25 ponto percentual, para 11% ao ano. Já, o Top 5
de médio prazo, com as instituições que mais acertam as projeções nesse
período, continua vendo maior aperto monetário. A mediana das projeções é de
Selic a 11,75 por cento no final de 2014, inalterado ante a semana anterior.
Para 2015, mantiveram a projeção de Selic a 12%. O relatório também indicou uma
melhoria na previsão para o crescimento da economia, que retornou para o
patamar de 1,7%, após ter caído para 1,68% na semana passada.
Fonte: O Globo
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