Jornal destaca
inflação persistente e crescimento baixo do país.
Em
um texto crítico, nesta segunda-feira, o “Financial Times” lembra que o governo
da presidente Dilma Rousseff falava como orgulho sobre a sua “nova matriz” de
política econômica —com juros baixos, câmbio depreciado e incentivos fiscais —,
capaz de reanimar a economia. A ideia era levar a expansão do Produto Interno
Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) à casa de 4%. Mas,
neste mês soou a sentença de morte para o modelo, com pressões inflacionárias
persistentes, que forçaram a alta da taxa de referência para 11%, com
possibilidade de mais aumentos. Credibilidade em xeque, crescimento frágil e o
rebaixamento pela agência de classificação de risco Standard & Poor´s
(S&P) também são lembrados pelo “FT”, que afirma: “a maioria dos
economistas acredita que o governo começou a tropeçar em 2012, após o início da
crise da zona do euro”. O periódico britânico aponta que, a partir daquele
momento, o governo brasileiro promoveu uma redução de juros sem precedentes — a
taxa chegou ao piso histórico de 7,25% em 2012 — e adotou medidas heterodoxas
de combate à inflação, como forçar a Petrobras a praticar internamente preços
menores que os do mercado internacional e medidas para redução de tarifas de
energia. “Contudo, as autoridades também introduziram políticas contraditórias
que estimularam a inflação, como apoio a uma moeda mais fraca contra o dólar e
estímulos à indústria e à demanda do consumidor por meio de benefícios fiscais
temporários.” O “FT” lembra que o Brasil este ano deve crescer cerca de 2% e a
inflação deve atingir 6,3%. E cita a opinião do economista Alberto Ramos, do
Goldman Sachs: “O problema com os políticos brasileiros é uma obsessão com as
questões cíclicas e uma falta de vontade política para resolver os problemas
estruturais enraizados do país”.
Fonte:
O Globo
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