Equipamentos que possibilitam
depósitos de dinheiro ou de cheques sem o uso de envelopes têm potencial para
alcançar 5% da rede de terminais bancários até o ano que vem, segundo avaliação
de diretor da Perto, fabricante desse tipo de máquina.
Os caixas eletrônicos (ATMs, na sigla em
inglês) recicladores, ou seja, que possibilitam o depósito de dinheiro ou
cheque sem envelope têm potencial para alcançar participação de 5% da rede de
terminais de autoatendimento no Brasil até o ano que vem, segundo Marco Aurélio
Freitas, diretor comercial e de marketing da Perto, fabricante dessas máquinas.
Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), eram mais de 166 mil no
ano passado. A grande diferença para o modelo anterior é, segundo
especialistas, o fato de o depósito ser imediato na conta. “Os bancos no Brasil
ainda têm projetos pilotos de ATMs recicladores, mas a tendência é que a rede
cresça uma vez que esses terminais equilibram a entrada e saída de recursos. No
Japão, quase todos os caixas eletrônicos já têm essa funcionalidade”, diz
Freitas, da Perto. A Ásia é tida como líder na adoção desta tecnologia,
conforme especialistas. No Brasil, porém, os caixas sem envelopes estão
começando a ganhar força. No CIAB Febraban do ano passado, esses terminais já
eram uma solução ofertada, uma vez que a tecnologia está disponível há alguns
anos, mas entre os bancos somente o Banrisul oferecia o benefício em parceria com
a rede Saque e Pague. Nesta edição da feira de tecnologia para bancos, o
assunto ganhou força em meio ao avanço das negociações entre fabricantes e
instituições bancárias.
Bradesco
O Bradesco, por exemplo, anunciou na
quarta-feira que passará a disponibilizar um ATM com reciclador de cédulas para
depósito em dinheiro em parceria com a NCR. O novo terminal estará disponível no
Bradesco Next, espaço conceito onde o banco apresenta novidades em soluções
bancárias, localizado no Shopping JK Iguatemi, em São Paulo. A expansão desse
caixa para outras unidades depende, conforme Maurício Machado de Minas,
vice-presidente executivo da instituição, de um estudo do banco que está
mapeando as unidades, nas quais os novos terminais fazem sentido do ponto de
vista de equilíbrio entre saques e depósitos. O banco espera ter até meados de
2015 mil caixas que realizam depósitos em dinheiro sem a necessidade de
envelope e que são creditados de imediato na conta do cliente. Freitas, da
Perto, lembra que os terminais de autoatendimento recicladores são tecnologias complementares
e podem ou não substituir as existentes. O custo atual de um novo terminal,
conforme ele, varia de R$ 35 mil a R$ 55 mil e o tempo de vida vai de cinco a sete
anos, podendo chegar a dez anos em alguns casos. A Perto fornece ATMs para diversos
players na indústria bancária como Banco do Brasil, Caixa, Bradesco e HSBC. Segundo
Freitas, a empresa acaba de fechar um contrato com o BB para fornecer 6 mil ATMs
e busca novos clientes de peso, embora, não revele nomes. A Perto tem hoje
cerca de 45 mil máquinas comercializadas. A troca dos caixas eletrônicos tradicionais
para os recicladores deve ocorrer, na opinião de Wilton Ruas, diretor da fabricante
japonesa OKI, de forma paulatina e conforme a vida útil dos terminais
atualmente disponíveis. É possível, segundo ele, que ocorra uma substituição
plena do parque, uma vez que os novos terminais ampliam as funcionalidades dos
atuais, podendo, inclusive, disponibilizar a função de depósito para máquinas
que hoje não têm, como as localizadas em shoppings centers. Pesquisa da
Febraban mostra que dos 166 mil ATMs disponíveis no Brasil em 2013, 66% são
terminais “full”, isto é, com duas ou mais funções como dispensador de cédulas,
terminal para depósito e extrato e dispensador de cheque. As máquinas que
contam apenas com dispensador de cédulas somam 24% e somente dispensador de
cheques 13, segundo a Federação. Terminais de depósitos/extratos representam 2%
da rede total de ATMs no Brasil. “O ATM reciclador faz a contagem das notas e
reconhece cédulas falsas, ampliando a funcionalidade para os clientes e
contribuindo para a redução de custos operacionais e de segurança”, disse Ruas,
da OKI. Com o reciclador, o novo caixa passa a ter mais dinheiro efetivo e
reduz gastos com transporte de valores.
Fonte:
JC
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