Programa de intervenção no câmbio prosseguirá após junho, diz BC.

Objetivo é continuar atendendo à demanda por proteção cambial, diz. Prazos e montantes da operação, entretanto, não foram detalhados.

O Banco Central informou nesta sexta-feira (6) que, considerando que a necessidade de proteção cambial (“hedge”) demandada pelos agentes econômicos, estenderá, a partir de 1º de julho de 2014, o programa de leilões de “swap” cambial - instrumentos que funcionam como venda de moeda no mercado futuro. "O detalhamento das condições do referido programa, tais como extensão, prazos e montantes das operações, horários e demais características das ofertas, será comunicado ao mercado oportunamente", acrescentou a autoridade monetária. Os leilões de "swaps cambiais" também têm o potencial de diminuir as pressões de alta do dólar. O programa foi implementado pelo Banco Central em agosto do ano passado, quando a cotação do dólar estava acima de R$ 2,40, com validade até dezembro de 2013. No fim do último ano, a instituição anunciou a prorrogação do programa - mas com montantes ofertados ao mercado um pouco menores - até junho de 2014.
Ração diária
O programa do BC se assemelha do processo anunciado pela autoridade monetária em 2001 e 2002. Na ocasião, o diretor de Política Monetária da instituição, Luiz Fernando Figueiredo, informou que o BC iria atuar diariamente no mercado de câmbio, com vendas de recursos no mercado à vista. O processo ficou conhecido, naquele momento, por "ração diária". Naquela ocasião, entretanto, o processo diminuía as reservas cambiais - o que não está previsto para acontecer atualmente - visto que os leilões de linha, previstos para as sextas-feiras, preveem o retorno posterior dos recursos para as reservas internacionais brasileiras. Atualmente, as reservas estão acima de US$ 370 bilhões.
Como funcionam os swaps cambiais
Os swaps cambiais são contratos para troca de riscos. O Banco Central oferece um contrato de venda de dólares, com data de encerramento definida, mas não entrega a moeda norte-americana. No vencimento deles, o BC se compromete a pagar uma taxa de juros sobre valor dos contratos e recebe do investidor a variação do dólar no mesmo período. É uma forma de a instituição garantir a oferta da moeda norte-americana no mercado, mesmo que para o futuro, e controlar a alta da cotação. Assim, o BC acalma a procura por dólares sem mexer nas reservas internacionais. O investidor, por ouro lado, preocupado com a tendência de alta, tem interesse em comprar dólares. Quando aceita a operação, fica estimulado a querer a queda ou a manutenção do dólar, para que não tenha que pagar ao banco mais do que receberá em juros. Essa taxa, normalmente, acompanha a Selic, que é a taxa básica da economia brasileira e hoje está em 11%. Se o dólar tiver variação acima disso, por exemplo, quem perde é o investidor.




Fonte: G1

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