Economistas reduzem projeções de PIB e juros.

Após a divulgação da alta de 0,2% do PIB no 1o trimestre, mercado já revisa estimativa para o ano de 1,63% para 1,5%. Sobre a Selic, expectativa, que era de 11,25%, agora é de 11%.

As previsões para o crescimento pioraram. Depois da divulgação de uma expansão de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre, o mercado começou a revisar as expectativas para baixo. Segundo o boletim Focus, publicação semanal na qual o Banco Central reúne projeções de analistas, a estimativa para o ano recuou de 1,63% para 1,5%. O mercado também espera menos juros. Até semana passada era estimado que o ano encerrasse com a taxa básica em 11,25% ao ano; agora, caiu para 11%, depois da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que manteve a taxa inalterada. O resultado da pesquisa, na visão de especialistas, no entanto, ainda não deve ter encontrado um piso. O levantamento divulgado ontem não havia captado os novos cálculos de todas as instituições, sobretudo porque o dado do PIB saiu na sexta-feira, data em que quase todos os participantes da Focus já haviam entregado suas projeções para a autoridade monetária. Parte dos especialistas que respondem ao levantamento do BC, inclusive, projeta crescimento de 1% para 2014, número bem abaixo da mediana apresentada no boletim. O histórico da Focus mostra maior pessimismo do mercado, à medida que dados sobre o desempenho da economia eram divulgados. Em junho do ano passado, no último dia útil do mês, a previsão mediana era de 3%. De lá para cá, a expectativa caiu pela metade. Também houve revisão, entre a semana anterior e esta, do crescimento esperado para 2015: a estimativa para o PIB do próximo ano recuou de 1,96% para 1,85%. "A projeção de PIB recua em função do resultado sofrível do primeiro trimestre", observou André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos. Ele argumenta que "apesar do pessimismo", a tendência no segundo semestre é de melhora. Na visão do economista, o setor externo e a confiança devem apresentar indicadores mais robustos. Perfeito pondera que o desempenho do primeiro trimestre e as expectativas foram afetados pela ameaça de apagão e racionamento de água, inflação em alta, rebaixamento da nota soberana brasileira pela Standard & Poor’s (S&P), queda das exportações para a Argentina e inverno rigoroso nos Estados Unidos. "O governo tem sua parcela de culpa nessa história e a comunicação, no mínimo truncada, sobre as variáveis fiscais tem um papel importante nisso tudo."
Preços
Enquanto as expectativas para o PIB de 2014 foram alteradas, para a inflação permaneceram estáveis em 6,47%, número próximo ao teto da meta, definido em 6,5%. Para 2015, houve ligeira correção, de 6% para 6,01%. Segundo economistas, essas previsões ainda resistem em nível elevado, em parte, em função das estimativas para os preços administrados pelo governo, como tarifas públicas e combustíveis. Para 2014, elas estão em 5%, mesmo valor da semana passada. Para 2015, subiram de 6,50% para 6,6%. "Vale observar que o contingenciamento dos preços administrados em 2014 deixará uma conta que terá de ser paga em algum momento, sobretudo no que se refere ao preço da energia elétrica, dos combustíveis e da água", argumentou Flávio Combat, economista-chefe da Concórdia Corretora. "A expectativa de uma inflação menor em 2015 (frente a 2014), a despeito dos ajustes de preços, leva em consideração a projeção de um novo ciclo de aperto monetário no próximo ano", disse Combat. Segundo a Focus, o BC deve voltar a subir a Selic em janeiro, quando levaria a taxa para 11,5% ano.





Fonte: JC


Nenhum comentário:

Postar um comentário