Fazer negócios no Brasil para uma empresa
ficou um pouco mais fácil, mas o País ainda está bem longe dos melhores lugares
do mundo para a vida de um empreendedor, mostra um estudo divulgado nesta
terça-feira em Washington pelo Banco Mundial sobre a facilidade de se fazer
negócios em 189 países. O Brasil ficou
na 120.ª posição no ranking geral este ano. No relatório do ano passado, inicialmente
o País havia ficado em 116.º, mas, em uma revisão divulgada nesta terça-feira
junto com o novo estudo, a economia brasileira agora aparece no 123.º lugar em
2013. No ano anterior, estava na posição 130.º. Começar um negócio no Brasil demora 83,6 dias,
melhor que os 107,5 dias do levantamento do ano passado, mas ainda longe dos
líderes do ranking. Em Cingapura, país que ocupa a primeira posição no
levantamento deste ano, são apenas dois dias e meio. Nos EUA, o sétimo lugar,
são 5,6 dias. Na América Latina, são 31,7 dias. Em outros indicadores isolados, usados no
conjunto para fazer o ranking geral, o Brasil também ocupa posições ruins. Na
abertura de uma empresa, o País é o 167.º, com 11,6 procedimentos necessários -
em Cingapura são três e na Nova Zelândia, apenas um. Em conseguir permissão
para construção, o Brasil fica em 174.º lugar, demorando, em média, 426 dias.
Obter eletricidade é um dos poucos itens em que o Brasil se destaca, ocupando a
19.ª posição no ranking dessa categoria. Cingapura, pelo nono ano consecutivo
na liderança, é o lugar mais fácil para se fazer negócios no mundo. Em seguida,
aparecem, pela ordem, Nova Zelândia, Hong-Kong, Dinamarca e Coreia do Sul. O
último lugar ficou com a Eritreia, na África, e o penúltimo com a Líbia. Piores
que o Brasil no ranking geral estão países como Haiti, Bolívia, Paquistão,
Sudão, Índia, Venezuela e Argentina. O relatório do Banco Mundial conclui que
houve progressos na regulamentação pelo mundo com o objetivo de facilitar os
negócios para os empresários. “Dos países que nós medidos, em 80% das
regulamentações são mais simples e fáceis para empreendedores começarem uma
empresa nova ou transferirem propriedade”, destaca uma das autoras do estudo,
Rita Ramalho, em um vídeo entregue aos jornalistas, ressaltando que a maioria
das reformas ocorreu na África. De junho de 2013 a junho de 2014 o relatório,
que cobre 189 economias em todo o mundo, documentou 230 reformas. No Brasil,
não houve reformas no ano passado até o período encerrado em junho deste ano.
Pela primeira vez, o Banco Mundial passou a avaliar também as cidades de Rio e
São Paulo para ver as condições de negócios. A principal diferença é que no Rio
o salário mínimo para um trabalhador em tempo integral é de US$ 484,24, maior
que o de São Paulo (US$ 437,80). Na América Latina, o país mais bem colocado
passou a ser a Colômbia (34.º lugar), tomando a posição do Chile (agora em
41.º). A Colômbia é citada no relatório como o país da região que mais fez
reformas para incentivar os negócios das empresas menores desde 2005. O Peru
aparece em 35.º e, graças a reformas e outras medidas vem conseguindo melhorar
o ambiente de negócios. Ao todo, 32 economias da América Latina implementaram
pelo menos uma reforma regulatória para facilitar negócios entre junho de 2013
e junho de 2014. “O sucesso ou o fracasso de uma economia depende de uma série
de variáveis. Entre elas, muitas vezes esquecidas, estão as engrenagens que
facilitam as empresas e os negócios", afirma o vice-presidente sênior e
economista-chefe do Banco Mundial, Kaushik Basu.
Fonte:
O Estadão
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