Índice de Atividade
Econômica registrou alta de 0,27% em agosto. Dado mostra que pode haver
recuperação após 'recessão técnica'.
Após registrar a maior alta mensal em seis
anos em julho, o nível de atividade da economia brasileira continuou avançando
em agosto, o que indica que o Produto Interno Bruto (PIB) poderá sair do
"atoleiro" no terceiro trimestre deste ano – nos dois primeiros
trimestres, o país entrou na chamada recessão técnica. Segundo os dados
divulgados pelo BC nesta quinta-feira (16), o Índice de Atividade Econômica
(IBC-Br) – um indicador criado para tentar antecipar o resultado do Produto
Interno Bruto (PIB) – registrou alta de 0,27% em agosto. Neste caso, a
comparação não considera as variações conforme a época do ano (ou seja, foi
feita após ajuste sazonal). Foi o segundo mês seguido de expansão. Na parcial
dos oito primeiros meses de 2014, segundo o BC, foi registrada, entretanto, uma
contração de 0,11%, ou seja, houve pequena queda no nível de atividade. Neste
caso, a comparação foi feita sem ajuste sazonal. Já no acumulado de 12 meses
até agosto, a prévia do PIB registrou alta 0,93%. O PIB é a soma de todos os
bens e serviços produzidos em território brasileiro, independentemente da
nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o crescimento da economia.
O cálculo oficial desse dado é feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), que mostrou, no segundo trimestre, uma contração de 0,6% na
economia, após um recuo de 0,2% nos três primeiros meses do ano – o que
configura, segundo economistas, um quadro de "recessão técnica". Para
o mercado financeiro, o crescimento do PIB será de apenas 0,28% neste ano. O
governo federal estima um, até o momento, uma expansão de 0,9% para o PIB de
2014. O Banco Central, por sua vez, projeta uma expansão de 0,7% para 2014.
Resultados do IBC-Br x PIB
Resultados do IBC-Br x PIB
O IBC-Br foi criado para tentar ser um
"antecedente" do PIB. O índice do BC incorpora estimativas para a
agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos. Os últimos
resultados do IBC-Br, porém, não têm mostrado proximidade com os dados oficiais
do PIB, divulgados pelo IBGE. Em 2012, por exemplo, o IBC-Br mostrou um
crescimento de 1,6%. Posteriormente, o resultado oficial do PIB mostrou uma
alta menor, de 1%. O mesmo aconteceu nas últimas divulgações trimestrais do
PIB, quando o indicador não correspondeu aos resultados oficiais do PIB –
divulgados pelo IBGE. O Banco Central já avaliou, em 2013, que o IBC-Br não
seria uma medida do PIB, mesmo que tenha sido criado para tentar antecipar o
resultado, mas apenas "um indicador útil" para o BC e para o setor
privado. "Se o IBC-Br acertasse na mosca é que seria surpreendente",
afirmou o diretor de Política Econômica da entidade, Carlos Hamilton, no fim de
2012.
Definição
dos juros
O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo
Banco Central para definir a taxa básica de juros (Selic) do país. Com o menor
crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria menos pressão
inflacionária. Atualmente, entretanto, os juros básicos estão em 11% ao ano e a
expectativa do mercado é de que assim permaneçam até o fim deste ano. Pelo
sistema de metas de inflação que vigora no Brasil, o BC precisa calibrar os
juros para atingir as metas preestabelecidas. Quanto maiores as taxas, menos
pessoas e empresas dispostas a consumir, o que tende a fazer com que os preços
baixem ou fiquem estáveis. Para 2014 e 2015, a meta central de inflação é de
4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para mais ou
para menos. Desse modo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA),
considerado a inflação oficial do país e medida pelo IBGE, pode ficar entre
2,5% e 6,5%, sem que a meta seja formalmente descumprida. Em 12 meses até
setembro deste ano, o IPCA somou 6,75%, segundo números oficiais do IBGE.
Fonte:
G1
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