Expectativa de juro mais alto.

Projeções de economistas do mercado financeiro sofreram fortes ajustes na semana passada. Em relatório do BC divulgado ontem, eles já apostam que a taxa Selic passará de 11,25% para 11,5% ao ano na reunião do Copom de dezembro, e para 11,75% na de janeiro.

Com o anúncio de reajuste de 3% do preço da gasolina nas refinarias, a surpresa com a alta dos juros, a elevação do dólar e a inflação de outubro abaixo das expectativas, o mercado financeiro fez fortes ajustes nas projeções apresentadas no relatório semanal Focus, divulgado ontem pelo Banco Central. Os agentes do mercado mostraram que a atividade ficou mais enfraquecida, houve antecipação dos aumentos previstos para a Selic em 2015, o dólar sofreu forte pressão e a inflação para este ano recuou – mesmo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo ( IPCA) tendo superado o teto da meta de 6,5% entre o grupo de analistas que mais acertam as projeções. A mudança mais importante registrada no Focus divulgado ontem foi o comportamento dos juros. Até a inesperada decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de subir os juros de 11% para 11,25% ao ano, a publicação do BC só contava com essa taxa em janeiro. Agora, os analistas preveem dois novos aumentos de mais 0,25 ponto percentual nas reuniões de dezembro e de janeiro, quando a Selic deve chegar a 11,75% ao ano. Apesar dessa antecipação, o juro não deve passar de 12% no próximo ano. O Produto Interno Bruto (PIB) crescerá apenas 0,2% neste ano, segundo avaliação de quase 100 analistas do mercado financeiro ouvidos pelo BC. Um mês atrás, esperava-se 0,28%. Até a expectativa de recuperação da economia em 2015 foi reduzida, de 1% para 0,8%, entre a divulgação da semana passada e a de ontem A produção industrial puxou o resultado para baixo, devendo ter retração de 2,21% neste ano e expansão de 1,46% em 2015. No caso da inflação, as projeções para o IPCA em 2014 foram reduzidas pelos analistas depois que o índice de outubro (0,42%) veio abaixo das expectativas. A taxa esperada agora é de 6,39%, e não mais de 6,45%. Para 2015, no entanto, houve elevação de uma semana para a outra, com o ponto central da pesquisa se deslocando de 6,32% para 6,4%.
Câmbio
Muito mais forte, no entanto, foi o aumento entre as instituições que mais acertam as previsões. Para esse grupo, a inflação oficial do País em 2015 será de 6,56% no caso das que mais cravam as estimativas de curto prazo e de 6,74% naquelas de médio prazo. Nos dois casos, o levantamento revela o temor dos analistas com o IPCA acima do teto de 6,5% em 2015. Para o câmbio, também houve aumento das projeções. O boletim Focus aponta que a moeda americana deve encerrar 2014 cotado a R$ 2,50 no fim deste ano e a R$ 2,60 no encerramento de 2015. Já as expectativas para o superávit da balança comercial em 2014 praticamente deixaram de existir, com o levantamento mostrando a perspectiva de um saldo de apenas US$ 1 bilhão. No ano que vem, a previsão é de recuperação, com a Focus indicando superávit de US$ 7 bilhões.






Fonte: JC

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