Simples Nacional deverá ter menos faixas de tributação.

Estudo também cria uma faixa de transição e eleva limite de faturamento para a indústria. Proposta precisa ser aprovada pela Receita, pela presidente e pelo Congresso

O ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos, afirmou que foi concluído nesta terça-feira o estudo que define novas faixas do Simples Nacional, o regime diferenciado de tributação de micro e pequenas empresas. Pela regra atual, podem participar do Simples empresas com faturamento de até R$ 3,6 milhões por ano. A nova proposta prevê uma "transição suave" dentro do regime. Segundo o ministro, poderá haver uma faixa de "transição" com limite anual de R$ 7,2 milhões de faturamento. No caso das indústrias, o limite poderá ser de até R$ 14 milhões. — Conseguimos construir rampas no lugar dos degraus. Com isso, vai haver um crescimento suave e aí você pode criar até mais faixas de limites de R$ 3,6 milhões, R$ 7,2 milhões e até R$ 14 milhões para a indústria — disse o ministro. — A indústria reclama muito do limite de R$ 3,6 milhões. O limite poderá chegar a R$ 14 milhões dentro de condições especiais para a indústria. Você tem uma graduação que vai fazer com que a empresa possa crescer feliz — afirmou. A ideia, disse Afif, é rever não apenas o teto, mas todo o conceito das tabelas do Simples, a fim de moldá-lo ao crescimento das empresas. Segundo as regras atuais, existem hoje 20 faixas de tributação dentro do limite de faturamento de até R$ 3,6 milhões. Pela nova proposta, esse número cairá para até sete faixas. — Ao invés de seis tabelas, haverá uma para o comércio, uma para a indústria e outra para os serviços, desdobrada em duas. Uma para o setor de serviços que gera emprego e outra para o que não gera emprego — explicou. Até a semana que vem, a Receita Federal deverá apresentar um parecer sobre o estudo, que será então encaminhado para a apreciação da presidente Dilma Rousseff. Segundo o ministro, depois disso, o governo empreenderá esforços para que a proposta seja aprovada no Congresso Nacional. A definição de novas faixas do Simples Nacional foi prometida na ocasião da aprovação da proposta que atualizou a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa e permitiu a inserção de quase 500 mil micro e pequenas empresas, que faturam até R$ 3,6 milhões por ano, no regime. Os empresários pediram que os percentuais de isenção fossem elevados.O estudo foi conduzido pelo ex-secretário Executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa. Cotado para assumir o comando do Ministério da Fazenda, ele conduziu o estudo pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Também participaram da iniciativa a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) e a Fundação Dom Cabral. — A Receita deverá dar para nós uma posição para apresentarmos oficialmente o estudo para a presidente Dilma — disse Afif, que observou que a implementação das novas regras pode ficar para 2016.
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A Secretaria da Micro e Pequena Empresa (SMPE) e a Confederação Nacional do Comércio (CNC) lançaram nesta terça-feira o Empresômetro MPE, um site com estatísticas referentes às micro e pequenas empresas e ao Simples Nacional. Ele terá informações sobre abertura e fechamento de empresas, por estado, cidade e por atividade econômica. Mostrará também a localização de todos os empreendimentos ativos. A ferramenta está disponível nos sites empresometro.cnc.org.br e forumpermanente.smpe.gov.br. — Vamos mostrar no dia a dia, em tempo real, o número de empresas que abrem e fecham, setor por setor, município por município — disse o ministro, completando: — Acho que é uma briga muito sadia, um concurso, uma competição muito sadia sobre o empreendedorismo.







Fonte: O Globo

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