O ministro do Trabalho, Manoel Dias, disse
ontem que o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) voltará a
apresentar redução de postos em maio, mas ele não quis falar sobre números. “O
Caged vai sair na semana que vem. Preocupar, sempre preocupa (a redução de
vagas), mas são dificuldades que temos de superar”, disse o ministro antes de
participar do seminário sobre o Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado
(PNMPO), realizado na Universidade de Brasília (UnB). Em abril, houve
fechamento de 97.828 postos, o pior resultado para o mês da série histórica
iniciada em 1992. Economistas do mercado financeiro esperam um corte de 20 mil
a 124.448 vagas para maio, segundo levantamento feito com 16 instituições. Com base
neste intervalo, que envolve os números sem ajuste sazonal, a mediana
encontrada foi de eliminação de 52 mil postos de trabalho. Dias evitou falar
sobre números e disse apenas que a redução do mercado de trabalho continuará em
maio, mas que o foco agora é nos investimentos com recursos do Fundo de Garantia
do Tempo de Trabalho (FGTS). “Vamos fazer o maior investimento da história com
o FGTS”, afirmou. Sem contar os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT),
a perspectiva é gerar 3,7 milhões de postos de trabalho com os quase R$ 150
bilhões que o FGTS possui. “Já foram assinados contratos no valor de R$ 20
bilhões para casa própria de população de baixa renda. Tem também investimento em
infraestrutura, que é saneamento básico”, citou.
Previdência
O ministro não quis falar sobre a medida
provisória aprovada no Congresso Nacional que trata da flexibilização do fator
previdenciário, mecanismo criado para adiar as aposentadorias de quem deixa o
serviço mais cedo. “Isso é assunto do Ministério da Previdência”, esquivou-se.
Questionado sobre se o tema não afeta também os trabalhadores, que são o foco
de sua pasta, Dias argumentou que está por fora das discussões. “Afeta os
trabalhadores, mas eu fiquei fora dez dias e cheguei ontem à noite
(segunda-feira) e hoje (ontem) é que vou me inteirar dessas coisas todas”,
argumentou.
Fonte:
JC
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