Inadimplência cresce 4,6% no primeiro semestre, pior resultado em três anos.

Relatório do SPC Brasil e da CNDL mostra que, em junho, atrasos no pagamento de contas de água e luz tiveram o maior aumento.

A desaceleração da economia, o encarecimento do crédito e o avanço da inflação, reduzindo o poder de compra, estão aumentando a dificuldade para o consumidor pagar suas contas em dia. Dados divulgados nesta terça-feira pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostram que, nos seis primeiros meses de 2015, o número de consumidores com contas atrasadas e registrados nos cadastros de inadimplência aumentou 4,60%. É o pior resultado semestral dos últimos três anos. Segundo o relatório, a quantidade de dívidas no período acumula alta de 6,65%, sendo que as dívidas com atraso de até 90 dias subiram 19,30% e as pendências entre 91 a 180 dias cresceram 24,74%. A quantidade de dívidas do setor de Água e Luz registrou variação de 11,83% no semestre. Se considerarmos só junho, a alta foi de 15,61% frente ao mesmo mês de 2014 e de 8,05% em relação a maio — bem acima da média de -0,86% e o maior aumento entre todos os setores no mês. — O aumento das contas de água e luz e a aceleração da inflação e do desemprego faz com que o planejamento financeiro seja prejudicado, já que há perda constante do poder de compra — explica o presidente da CNDL, Honório Pinheiro. — A tomada de crédito também foi reduzida e isso reflete na organização das famílias na hora de pagar as contas. O segundo maior crescimento na variação anual foi nas dívidas com bancos (9,55%). O setor tem a maior participação no total de dívidas em atraso, com 48,40%.
RESULTADO MENSAL
A estimativa do SPC Brasil e da CNDL é que, em junho deste ano, 56,5 milhões de consumidores estavam em cadastros de devedores inadimplentes, número que ficou estável na comparação com maio, mas que, em comparação a dezembro de 2014, teve aumento líquido de dois milhões de novos adultos inadimplentes. O número representa 39,8% da população entre 18 e 95 anos. No indicador mensal de junho, após fortes altas entre março e maio de 2015, houve queda de 0,86% no indicador de dívidas, na comparação com maio. Já frente a junho de 2014, o número de devedores aumentou 4,52%, e o número de dívidas registradas cresceu 5,75%. — Ainda que o resultado mensal pareça positivo, quando analisadas as variações anuais e o balanço semestral, elas podem ser consideradas como uma acomodação e não uma mudança de tendência — analisa a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. — Em ambos os casos houve uma leve desaceleração em relação ao mês anterior, mas, ao observar o balanço semestral, a inadimplência ainda é preocupante.






Fonte: O Globo

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