Previsão é de recuo
de 2,70% neste ano e de 0,8% em 2016. Estimativa é que inflação feche 2015 em
9,34%.
As previsões do mercado financeiro para o
nível de atividade da economia brasileira recuaram para este ano e para 2016,
segundo relatório de mercado do Banco Central, que é fruto de pesquisa com mais
de 100 instituições financeiras. O relatório focus foi divulgado nesta
segunda-feira (21).
Para o comportamento do Produto Interno Bruto
(PIB) neste ano, os analistas passaram a estimar, na semana passada, uma
retração de 2,70%. Foi a décima queda seguida deste indicador. Até então, a
expectativa do mercado era de um recuo de 2,55% para o PIB de 2015. Se
confirmado, será o pior resultado em 25 anos, ou seja, desde 1990 – quando foi
registrada uma queda de 4,35%. Para 2016, os economistas das instituições
financeiras passaram a prever uma contração de 0,8% na economia do país – na
sétima revisão para baixo seguida. Na semana anterior, os analistas haviam
estimado uma retração de 0,60% para a economia no próximo ano. Para se ter uma
ideia, no início de 2015, a previsão dos economistas era de uma expansão de
1,8% para a economia brasileira no ano que vem. Se a previsão se concretizar,
será a primeira vez que o país registra dois anos seguidos de contração na
economia – a série histórica oficial, do IBGE, tem início em 1948. O PIB é a
soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro,
independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o
comportamento da economia brasileira.
Recentemente, o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) informou que a economia brasileira registrou
retração 1,9% no segundo trimestre de 2015, em relação aos três meses
anteriores, e o país entrou na chamada "recessão técnica", que ocorre
quando a economia registra dois trimestres seguidos de queda. De janeiro a
março deste ano, o PIB teve baixa de 0,7% (dado revisado).
Inflação
A estimativa dos economistas dos bancos é de
que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) feche o ano de 2015 em 9,34%
– na semana anterior, a taxa esperada era de 9,28%. Se confirmada, representará
o maior índice em 12 anos, ou seja, desde 2003 – quando somou 9,30%. Para 2016,
os economistas das instituições financeiras elevaram sua expectativa de
inflação de 5,64% para 5,70% na última semana. Foi a sétima alta seguida do
indicador – que continua se distanciando da meta central de 4,5% fixada para o
ano que vem.
Taxa de
juros
Após o Banco Central ter mantido os juros
estáveis em 14,25% ao ano no começo de setembro, o maior patamar em nove anos,
o mercado manteve a estimativa de que não devem ocorrer novos aumentos de juros
em 2015. Para o fim de 2016, a estimativa subiu de 12% para 12,25% ao ano. A
taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para tentar conter
pressões inflacionárias. Pelo sistema de metas de inflação brasileiro, a
instituição tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-determinados.
As taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode
contribuir para o controle dos preços.
Câmbio,
balança e investimentos
A projeção do mercado financeiro para a taxa
de câmbio no fim de 2015 avançou de R$ 3,70 para R$ 3,86 por dólar. Para o
término de 2016, a previsão dos analistas para a taxa de câmbio subiu de R$
3,80 para R$ 4. A projeção para o resultado da balança comercial (resultado do
total de exportações menos as importações) em 2015 ficou mantida em US$ 10
bilhões. Para 2016, a previsão de superávit subiu de US$ 20 bilhões para R$
21,3 bilhões. Para este ano, a projeção de entrada de investimentos
estrangeiros diretos no Brasil permaneceu em US$ 65 bilhões. Para 2016, a
estimativa dos analistas para o aporte foi reduzido de US$ 64,90 bilhões para
US$ 63 bilhões.
Fonte:
G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário