BC mantém juros em 14,25%.

Selic fica estável pela quinta vez consecutiva, o que já era esperado pelo mercado financeiro. Como nas últimas duas reuniões, a decisão não foi unânime: os diretores Sidnei Marques e Tony Volpon votaram para que a taxa aumentasse 0,5 ponto percentual.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central resolveu manter pela quinta vez seguida a taxa básica de juros em 14,25% ao ano. Como nas últimas duas reuniões, a decisão não foi unânime: os diretores Sidnei Marques e Tony Volpon votaram para que a Selic subisse 0,5 ponto percentual. A votação dos dois diretores estava sendo considerada pelos analistas do mercado financeiro como um importante sinalizador dos próximos passos da política de juros do BC. A divisão no Copom reforça a avaliação de que, com a inflação ainda em patamar elevado, não há espaço para os juros caírem, como querem o PT, integrantes do governo e muitos setores da sociedade. Assim como foi colocado na reunião do Copom de janeiro, o BC enfatizou que há incertezas – em especial, externas – para promover uma mudança no patamar dos juros básicos. Permaneceram os mesmos argumentos que dominaram o encontro passado, realizado em janeiro. A ala majoritária, que decidiu pela manutenção dos juros, continua confiante de que o Brasil sofrerá uma onda desinflacionária que, junto com a redução das taxas mensais de inflação a partir de agora em relação aos iguais períodos de 2015, ajudará a diminuir a inflação corrente e, por consequência, as expectativas. As incertezas internacionais, principalmente em relação à atividade, têm sido o foco de todos os bancos centrais das grandes economias do mundo. A precaução continua sendo o fator chave neste momento, ainda que não haja mais o sentimento de susto com a drástica mudança do cenário internacional no início de 2016. Já os diretores dissidentes optaram por manter a coerência de seus posicionamentos passados, que tinha como argumentação as expectativas elevadas do mercado em relação à inflação.
Queda
Para o economista-chefe do Banco Safara, Carlos Kawall, o BC adotou a melhor decisão, ao manter os juros em 14,25%, pois a inflação alta não dá espaço para a Selic cair. Na avaliação de Kawall, fatores como o IPCA elevado e expectativas de inflação para 2017 distantes do centro da meta não permitem que o BC reduza a Selic agora, apesar da forte recessão que o País enfrenta. “A Selic só deverá baixar no segundo semestre, quando ficar clara a queda da inflação”, previu. Ele estimou que o Copom reduzirá a Selic em 19 de outubro em 0,5 ponto percentual e repetirá o movimento no dia 30 de novembro, quando a taxa chegará a 13,25% ao ano. “O BC só baixará a Selic quando o patamar do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que está em dois dígitos, baixar perto de dois pontos percentuais, o que deverá ocorrer provavelmente em meados do ano”, disse Italo Lombardi, economista sênior para a América Latina do banco Standard Chartered. “O BC manterá a postura cautelosa e não deverá mudar a condução da política monetária. A apreciação atual do câmbio é pontual, e não será um fator desinflacionário no curto prazo.”



Fonte: JC


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